quinta-feira, 5 de novembro de 2009



Visão Geral

Marcha a favor de Salvador Allende no Chile.
Richard Nixon foi presidente dos Estados Unidos durante quase toda a primeira metade da década de 1970.
Mural dedicado à Revolução dos Cravos em Portugal.Foi a época em que aconteceu a crise do petróleo, o que levou os Estados Unidos à recessão, ao mesmo tempo em que economias de países como o Japão começavam a crescer. Nesta época também surgia o movimento da defesa do meio ambiente, e houve também um crescimento das revoluções comportamentais da década anterior. Muitos a consideram a "era do individualismo". Eclodiam nesta época os movimentos musicais do Rock and Roll, das discotecas, e também do experimentalismo na música erudita.

Fatos marcantes

Em vários estados democráticos - especialmente na Alemanha, na França e na Itália - mas também naqueles em que vigiam regimes ditatoriais - Espanha, Grécia e países do Cone Sul), os anos 1970 foram marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo estatal.

Termina a Guerra do Vietname, com a derrota dos Estados Unidos da América e reunificação do país.

Economia

Ausência de combustíveis em 1973-74, durante a crise do petróleo.A economia mundial, e particularmente a dos Estados Unidos, entra em recessão após a crise do petróleo de 1973, quando a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) triplica o preço do barril de petróleo. Tal fato ocorreu como retaliação dos países árabes, maioria dos constituintes da OPEP, aos Estados Unidos por estes terem apoiado Israel na Guerra do Yom Kippur, neste mesmo ano.

O Brasil, ainda sob impulso do milagre econômico, posterga os efeitos desta primeira crise do petróleo utilizando reservas cambiais e, em seguida, empréstimos internacionais para equilibrar sua deficitária balança comercial. Porém o milagre econômico começa a entrar em declínio.

Em 1979 uma nova crise do petróleo preocupa o Ocidente. Desta vez motivada pela queda do Xá do Irã, Reza Phalevi, então aliado dos Estados Unidos. A queda do Xá permite a ascensão ao poder do Aiatolá Komeini, líder muçulmano xiita e inimigo declarado de Israel. Mais uma vez, agora por pressão do Irã, o petróleo é usado como arma e tem seu preço duplicado em detrimento dos Estados Unidos, maior consumidor mundial e histórico aliado de Israel.

O Brasil sofrerá com muito mais intensidade os reflexos desta segunda crise do petróleo, tendo a inflação gradualmente acelerado seu ritmo de crescimento, por conta dos seguidos aumentos dos preços dos combustíveis no mercado interno. O milagre econômico então já acabara.

Outros
Música

Donna Summer foi uma das cantoras mais marcantes na música popular da década de 1970Foi a última década do período classic rock. É também conhecida como a "década da discoteca", devido ao surgimento da dance music. Surge também o movimento punk.

Em 1973, o concerto de Elvis Presley, "ALOHA FROM HAWAII" tem uma audiência estimada em mais de 1 bilhão de espectadores.

A incorporação de instrumentos de música erudita no rock já havia se iniciado dos anos 60, mas só ganhou ares de movimento (também derivado da psicodelia sessentista) no início dos anos 70, no que é conhecido como rock progressivo. Diversos artistas se reuniram na proposta, sendo os de grande destaque Pink Floyd, Genesis, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, King Crimson, Mike Oldfield, Van Der Graaf Generator, Gentle Giant, no terreno britânico. Também caíram no gosto bandas germânicas (Can, Faust, Neu!, Tangerine Dream, Amon Düül e Kraftwerk) e italianas (Le Orme, Formula Tre e Premiata Forneria Marconi). Canadá (Rush), Bélgica (Univers Zéro) e Holanda (Focus) também dão sua contribuição.

No Brasil, destaque para os trabalhos de O Terço, O Som Nosso de Cada Dia, A Barca do Sol, Rita Lee & Tutti Frutti, Casa das Máquinas e Sagrado Coração da Terra. O disco que mais se destaca é The Dark Side of the Moon, de Pink Floyd. A banda baiana Doces bárbaros, idealizada por Maria Bethania, Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso.

Surge o glam rock, onde o chique e o glamour faziam parte do visual. David Bowie, com o seminal disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars é o maior expoente. Outros ícones do estilo são Marc Bolan e seu grupo T.Rex, Mott the Hoople e principalmente Elton John com o notável álbum Goodbye Yellow Brick Road, que deixou influencias com seu estilo extravagante, que tinha como marca registrada, os grandes óculos, roupas rigidamente enfeitadas e coloridas, além das botas de plataforma e das calças boca-de-sino.

A aceleração e distorção do blues, dando origem ao hard rock, também havia se iniciado ainda nos anos 60, mas foi na década de 70 que ela surgiu com toda a força. Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple eram as bandas que lideravam o estilo. Outros destaques são Kiss e Aerosmith. No sul dos EUA, o hard rock ganha uma sonoridade característica, conhecida como southern rock, onde os grupos Allman Brothers Band e Lynyrd Skynyrd são os mais bem lembrados. Na relação rock e blues, os Rolling Stones têm a sua fase mais criativa no início da década.

A música voltava a ser popular e tudo acabava nas pistas de dança. A disco music (ou dance music) resgatou o desejo pela dança através do "clássico" Os Embalos de Sábado à Noite, estrelado por ninguém menos que o (então) iniciante John Travolta. Quando o ator vestiu seu famoso terno branco e jogou o braço para o alto, a discothéque estava vivendo um período de iminente decadência, mas voltou a ser moda com todo o pique e reavivou o espírito de festa que faz parte do gênero dance music. Símbolo incontestável da disco music, o ator se tornou o deus das discotecas e das mulheres da época, além de exemplo para os homens, e o filme lançou um novo verbo conjugado internacionalmente: travoltear. Travolta ganhou imitadores nos quatro cantos do mundo. Era a febre das discotecas (a famosa disco fever que deu nome a uma infinidade de canções) que assolava o mundo.

Este fenômeno trouxe um novo balanço para a música pop, assim como gênios da música eletrônica, cujo maior expoente da época foi Giorgio Moroder (responsável pela descoberta da 'rainha das discotecas', Donna Summer).

E a discoteca virou um dos símbolos supremos do período, o templo onde se cultivou o narcisimo mais delirante, onde o corpo ganhou suas maiores homenagens. Ainda que não tenham especificamente determinado, foram as discotecas que estimularam a onda esportiva que assolou o planeta nos últimos três anos de década. As discotecas e, naturalmente, a permissividade sexual quase absoluta dos grandes centros. Todos, e não mais apenas as mulheres, se sentiram no direito e na obrigação de serem mais eróticos, mais satisfatórios visual e tatilmente. Daí a febre do jogging, expressão americana que começou a tomar o lugar do cooper a partir do final da década.

Mais engajado que a disco music, o punk rock, derivado da cena de Nova York blank generation (que reúne artistas tão diversos como Patti Smith, Television, New York Dolls e vários outros) investia contra o sistema. A Inglaterra enfrentava uma de suas maiores crises. A recessão corria solta e o punk pregava a anarquia através dos grupos Sex Pistols e The Clash, que dividiam o trono do movimento com os nova-iorquinos dos The Ramones. O rock voltava à sua forma primitiva, emergente das garagens e dos porões dos submundos inglês e americano.

Como se fosse um hiato entre a disco music e o punk rock, surgiu a new wave. Contrária ao punk, a nova onda celebrava o brilho do início da década. Algumas vezes a new wave chegou até a flertar com a disco music através do Blondie, com Deborah Harry em seu hit 'disco' Heart Of Glass. A new wave foi perdendo seu ímpeto rapidamente; os famosos Sex Pistols se dissolveram, entre outros. Mesmo assim o punk sobreviveu até o final da década.

Na música pop, a importância das palavras foi substituída pelo ritmo. Importava o balanço e a quantidade de decibéis, coisa que propiciou a aparição de dezenas de grupos e estrelas de sucesso fulminante e rápido desaparecimento. O efêmero e o descartável foram campeões em todas as paradas de sucesso. Modas e manias foram atiradas em ondas sucessivas a todos os cantos do planeta. Pela televisão, naturalmente. Porque outro rótulo perfeitamente aplicável a este período é o de "Década da televisão ". Foi através do vídeo que o mundo se tornou infinitamente menos secreto. Richard Nixon, o presidente americano deposto pelo caso Watergate, foi uma "personalidade" típica das telas de televisão dos anos 70. Sua saída do governo foi festejada pela população dos EUA e o resto do mundo acompanhou todo o escândalo "de perto", através da tela da televisão . Do último passo de dança no Studio 54 às crianças cambojanas morrendo de fome, todas as emoções foram adaptadas ao mesmo nível da tela pequena.

Outros esportes, sem falar da dança, viveram sua explosão. E entre todas as novidades, a mais surpreendente e emocionante foi a asa delta, de fulminante êxito.

A discoteca, o esporte: atalhos para a celebridade efêmera prevista pelo artista pop Andy Warhol ("No futuro, todos serão famosos durante 15 minutos", ele disse).

Michael Jackson lança seus primeiros quatro álbuns em carreira solo: Got To Be There e Ben em 1972 e Music and Me em 1975, mas o sucesso vem mesmo com seu primeiro álbum em fase adulta: Off The Wall, em 1979 que já vendeu cerca de 20 milhões de cópias.

E falando em fama, o automóvel ampliou as fronteiras do homem e transformou-se em sonho. Nos anos 70, regido pelas exigências de mercado, pela legislação de vários países, chegou a pesar mais de duas toneladas. No fim da década, para enfrentar a carência de petróleo, voltou a diminuir de tamanho e de peso. Mas ainda hoje é possível ver um daqueles "banheirões" andando perdido pelas ruas.

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